terça-feira, 15 de março de 2011

Um mundo de silêncio...





No silêncio das cordas de um violão, eu pude perceber que um dia sem risos e sem reflexão é como uma música sem ritmo, sem arranjo e sem sentido...
As cordas são como estradas e caminhos que a vida nos dá, e que quando são tocadas pela paleta, é como a perda ou qualquer outro tipo de sentimento bom ou ruim que estremece a nossa alma e que também ecoa em nosso peito, assim como o som faz no interior do corpo instrumental.
As notas do violão podem ser altas, baixas, agudas e graves, mas jamais podem ser desprezadas. Pois, no toque e no som há sentimento, há compaixão... Tocar, cantar, dizer e escutar. São dons e maneiras de expressar pensamentos que nossa boca não tem coragem de confessar.

O violão chora, ri, entristece e até mesmo fala. Basta você tocá-lo e QUERER ter a sensibilidade de ouvi-lo. Ouvir? Não. Sentir, Compreender...

O violão é você, sou eu e somos nós.
Como as cordas soam, nós falamos.
Como o violão tem notas, nós temos timbre, e como a madeira do violão apodrece, nós também morremos.
Assim como NÃO QUERER entender a língua do instrumento, é como não refletir sobre a vida, sobre a política, sobre a filosofia e sobre todas as coisas do mundo.

O mundo do violão é lindo, é inconstante e também pode ser politeísta.
Várias tribos, várias crenças e várias denominações PODEM TOCAR nele da mesma forma, mas cada uma dirá em pensamento algo diferente. Até aquele que não sabe tocar, mas sabe PENSAR entenderá a importância de um violão.

Saber essa língua hoje em dia é milagre, é DOM.
Alguns sabem tocar, fazer rimas e copiar cifras.
Mas não aprenderam a ouvir o silêncio de um violão.
No silêncio existem gritos, vozes, várias conversas.
No silêncio também existem pessoas, imaginárias ou não, EXISTEM.

Para entender a filosofia deste texto? É preciso REFLETIR.
Para decifrar o silêncio do violão? É preciso ouvir com a alma.
Para nunca mais deixar de ouvir o mundo instrumental? É preciso MUDAR.


Texto ~> Nicollas Phyllip

2 comentários:

  1. você é um arraso escrevendo, escreve mtu bem, já te falei isso! parabéns amigo, lindo o texto *-*

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  2. Oi cara tava olhando seu blog, achei legal. rsrs
    Dá uma olhada no meu depois, vê s egosta do estilo. ;)
    Abraço..
    http://maumaudoblog.blogspot.com/

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Com medo de sofrer preconceito, praticantes do candomblé não revelam a crença no emprego
Clarissa Monteagudo - Extra

RIO - O preconceito que deixa marcas profundas nas crianças do candomblé durante sua vida escolar acompanha os praticantes da religião no mercado de trabalho. Invisíveis nos processos de seleção, muitos se declaram "católicos" na hora de traçar seu perfil em entrevistas de emprego. Ou não declaram crença religiosa com medo da discriminação.
O técnico em telecomunicações João (nome fictício), de 30 anos, trabalha em uma grande empresa de telefonia celular. Ele é um pai-de-santo da nação ketu, mas, no trabalho, todos pensam que é católico.
- É triste porque você nunca pode dizer quem é. Tenho medo porque o preconceito é uma arma. Se descobrem que sou um sacerdote de religião afro, vão pensar que sou do mal - desabafa João.
Quem foi "descoberto" sabe o preço da revelação religiosa. A doméstica Sandra Maria da Cruz, de 36 anos, foi dispensada em março após cinco anos de trabalho na casa de uma família de italianos. No dia anterior à demissão, ela conta que o patrão a viu com suas roupas afro, obrigatória para quem cumpre sua "obrigação de sete anos", período de retiro espiritual, que corresponde à maturidade religiosa no candomblé.
- Meu patrão estava de férias, mas a casa é monitorada por câmeras da Itália. Ele já tinha me dito que "não gostava de macumba". Quando voltou para o Brasil, me viu com a roupa da minha obrigação de sete anos, e levou um susto. E me demitiu no dia seguinte. Depois disso, nem pude entrar no prédio - conta Sandra Maria, hoje a mãe-de-santo Mameto Monalumpanzo, que quer dizer "mulher de Xangô em nação Angola".
Sonhos adiados
Por causa do desemprego, ela teve que fechar sua casa, em Belford Roxo, onde sonha instalar seu barracão, no futuro. E deixar sua filha com a madrinha para morar em uma quitinete improvisada, em Campo Grande. Hoje, vive de bicos e sonha em reestruturar sua vida:
- Ninguém dá emprego a quem está de preceito no candomblé, só se pertencer à religião. É injusto porque somos iguais, trabalhamos igual a qualquer um e somos capazes - encerra.
Vítimas aprendem a denunciar
A história de Sandra é a mesma de tantas vítimas de preconceito religioso. Um roteiro comum que mistura mágoa, indignação e a total falta de informações sobre como lutar por seus direitos. Para Carlos Nicodemos, coordenador jurídico de atendimento às vítimas assistidas pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, nunca houve no Brasil estruturas preparadas para proteger e defender quem sofreu algum crime contra a liberdade de crença.
- Não há uma política de controle de violação de Direitos Humanos por intolerância religiosa. Agora, o poder público começa a pensar, mas por causa de um movimento criado pela sociedade civil - diz o advogado, organizador-executivo da ONG Projeto Legal.
Como denunciar
De acordo com a ouvidoria da secretaria estadual de Assistência Social, no segundo semestre de 2008, foram registradas 150 denúncias sobre preconceito religioso. O Disque Intolerância Religiosa da secretaria (2531-9757) dá informações às vítimas de intolerância e também presta assistência.
Há diversas entidades engajadas no combate à intolerância religiosa, entre elas o Centro Espírita Umbandista do Brasil e o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas.