sábado, 22 de janeiro de 2011

A difícil luta contra o conformismo.

1º Texto ~> Parágrafos do texto. (Eu sei, mas não devia)- Marina Colasanti

2º Texto ~> (A difícil luta contra o conformismo)- Nicollas Phyllip





"A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.

A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto.
***
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado." ...



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À vida é feita de sacrifícios que temos que passar. É como um jogo, temos que vencer o chefão para passar de fase...

Acontecem certas coisas em minha vida, que acho melhor ficar quieto e deixar que elas passem, acho que devo só observar de longe sem que ninguém note que está ou irá me machucar...

Como uma criança que vê que sua casa está sendo assaltada e esconde-se debaixo da mesa, com medo, talvez por achar-se incapaz de defender-se sozinha e acaba “deixando” os ERRADOS acharem que estão certos, que por falta de “opção” podem roubar, levar ou destruir o que não foi derivado de seu suor (dando razão aos problemas, deixando que o erro torne-se certo)...

Dá vontade cantar a música “Deixa a vida me levar” (conformismo), mas ai penso bem e vejo que devo continuar com o pensamento de que sempre virão dias melhores, ser positivo, fazendo por onde mudar as coisas, pois não devemos apenas reclamar, exigir, querer impor etc. Devemos lutar pelos nossos ideais e sempre que conseguidos, estipularmos um novo objetivo. NUNCA estipule uma meta, pois quando esta é alcançada achamos que tudo já está de bom agrado e o objetivo não, nos dá força e coragem para realizarmos outros sonhos e desejos...

Tenho que tomar cuidado para que tudo não caia no conformismo, já adotado pela maioria da sociedade MUNDIAL...
Se as coisas não andam bem, o conformado diz:
Se for cristão? É apenas mais uma prova divina.
Candomblecista? Meu santo está cobrando.
Agnóstico? As coisas são assim mesmo, está ruim pra todo mundo.

Não estou aqui para julgar o modo de cada um direcionar a sua filosofia, estou apenas dizendo que sou contra essa maneira das pessoas se acostumarem com as coisas ruins e ainda por cima dizerem que é por causa disso ou daquilo... Coisas ruins acontecem? Sim, é normal na vida de qualquer pessoa, só não é normal nos adaptarmos a sempre esperar coisas chatas, desagradáveis ...

Texto ~> Nicollas Phyllip

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Com medo de sofrer preconceito, praticantes do candomblé não revelam a crença no emprego
Clarissa Monteagudo - Extra

RIO - O preconceito que deixa marcas profundas nas crianças do candomblé durante sua vida escolar acompanha os praticantes da religião no mercado de trabalho. Invisíveis nos processos de seleção, muitos se declaram "católicos" na hora de traçar seu perfil em entrevistas de emprego. Ou não declaram crença religiosa com medo da discriminação.
O técnico em telecomunicações João (nome fictício), de 30 anos, trabalha em uma grande empresa de telefonia celular. Ele é um pai-de-santo da nação ketu, mas, no trabalho, todos pensam que é católico.
- É triste porque você nunca pode dizer quem é. Tenho medo porque o preconceito é uma arma. Se descobrem que sou um sacerdote de religião afro, vão pensar que sou do mal - desabafa João.
Quem foi "descoberto" sabe o preço da revelação religiosa. A doméstica Sandra Maria da Cruz, de 36 anos, foi dispensada em março após cinco anos de trabalho na casa de uma família de italianos. No dia anterior à demissão, ela conta que o patrão a viu com suas roupas afro, obrigatória para quem cumpre sua "obrigação de sete anos", período de retiro espiritual, que corresponde à maturidade religiosa no candomblé.
- Meu patrão estava de férias, mas a casa é monitorada por câmeras da Itália. Ele já tinha me dito que "não gostava de macumba". Quando voltou para o Brasil, me viu com a roupa da minha obrigação de sete anos, e levou um susto. E me demitiu no dia seguinte. Depois disso, nem pude entrar no prédio - conta Sandra Maria, hoje a mãe-de-santo Mameto Monalumpanzo, que quer dizer "mulher de Xangô em nação Angola".
Sonhos adiados
Por causa do desemprego, ela teve que fechar sua casa, em Belford Roxo, onde sonha instalar seu barracão, no futuro. E deixar sua filha com a madrinha para morar em uma quitinete improvisada, em Campo Grande. Hoje, vive de bicos e sonha em reestruturar sua vida:
- Ninguém dá emprego a quem está de preceito no candomblé, só se pertencer à religião. É injusto porque somos iguais, trabalhamos igual a qualquer um e somos capazes - encerra.
Vítimas aprendem a denunciar
A história de Sandra é a mesma de tantas vítimas de preconceito religioso. Um roteiro comum que mistura mágoa, indignação e a total falta de informações sobre como lutar por seus direitos. Para Carlos Nicodemos, coordenador jurídico de atendimento às vítimas assistidas pela Comissão de Combate à Intolerância Religiosa, nunca houve no Brasil estruturas preparadas para proteger e defender quem sofreu algum crime contra a liberdade de crença.
- Não há uma política de controle de violação de Direitos Humanos por intolerância religiosa. Agora, o poder público começa a pensar, mas por causa de um movimento criado pela sociedade civil - diz o advogado, organizador-executivo da ONG Projeto Legal.
Como denunciar
De acordo com a ouvidoria da secretaria estadual de Assistência Social, no segundo semestre de 2008, foram registradas 150 denúncias sobre preconceito religioso. O Disque Intolerância Religiosa da secretaria (2531-9757) dá informações às vítimas de intolerância e também presta assistência.
Há diversas entidades engajadas no combate à intolerância religiosa, entre elas o Centro Espírita Umbandista do Brasil e o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas.